Núcleo Gera

Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Professores e Relações Étnico-Raciais

Núcleo Gera

Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Professores e Relações Étnico-Raciais

Formação de Professores e Diversidade – entre a universidade e a escola básica

A formação de professores no Brasil tornou-se estrutural na produção do conhecimento e no encaminhamento de proposições nas políticas educacionais nas últimas décadas. Tal formação pressupõe interações para além do campo disciplinar, especialmente na inflexão de novas epistemologias no sentido de problematizar pressupostos eurocêntricos na formação de uma nova geração de professores para a Escola Básica.

Este livro problematiza o tema formação de professores e debates a ele relacionados, tais como a produção intelectual docente nos programas de pós-graduação em Educação, trabalho pedagógico no universo educacional, sociabilidades adolescentes, diversidade, preconceito e discriminação no âmbito educacional. Nessa última década, diversas publicações foram empreendidas pelo Núcleo GERA, da UFPA, com vistas a interlocução entre a universidade e a Escola Básica, especialmente, no que diz respeito à formulação de práticas de formação que reflitam a realidade da escola por meio da produção engendrada na universidade e vice-versa.

Relações étnico-raciais, formação de professores e currículo

Os avanços nas pesquisas científicas no campo da educação acerca das matrizes culturais africanas e indígenas no Brasil ganharam novos contornos a partir da implementação das Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008 na escola. Foi a partir delas que o Ensino de História e cultura afro-brasileira, abraçando a história e a cultura da África e das populações indígenas, passou a figurar nos currículos escolares. Contudo, a produção intelectual gestada sobre o tema reflete de modo tímido nas práticas pedagógicas, nas orientações curriculares da educação básica e na formação de professores. A não implementação desses marcos legislativos nas instituições escolares reforça um currículo eurocêntrico, que não contempla a diversidade étnico-racial e cultural brasileira na sala de aula. Os ensaios apresentados neste livro problematizam e refletem acerca da abrangência do sentido de formar professores para o enfrentamento das relações étnico-raciais na escola, uma vez que descolonizar o pensamento e problematizar as ideologias presentes nos artefatos culturais materiais como o livro didático, constituem-se em bifurcações estruturais para operar alterações curriculares significativas na educação brasileira neste século XXV.

Formação de professores, livro didático e Escola Básica

Entendemos que a formação inicial de professores, articulada ao campo das relações étnico-raciais, pressupõe interações para além do campo disciplinar, especialmente na inflexão de novas epistemologias, no sentido de problematizar pressupostos eurocêntricos na formação de uma nova geração de professores para a Escola Básica.

Assim, cremos na urgência por uma formação de professores e professoras capazes de proporem uma nova prática pedagógica crítica que subverta a educação eurocêntrica e na formulação de conteúdos escolares que espelhem a diversidade da sociedade brasileira – e, por conseguinte, formem novas gerações que compreendam a diversidade e a diferença na sala de aula e para além dela.

Educação, História e Relações Raciais – debates em perspectiva

O conjunto de textos que compõem este livro é oriundo das investigações desenvolvidas no Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Professores e Relações Étnico-Raciais (NEAB-GERA), da Universidade Federal do Pará, e problematiza a formação docente e suas interfaces com a Educação, o ensino de História e seus desdobramentos a partir da Lei nº 10.639/2003. As discussões e análises abracam  temas caros à educação brasileira, como discriminação, preconceito; identidade; relações hierarquicas na escola; sociabilidades juvenis; luta pela igualdade racial; política educacional no Brasil; currículo; relações de poder e invisibilidade entre grupos sociais; negação da cidadania; fragilização das ações pedagógicas frente ao trabalho docente e temáticas correlacionadas. Politizar o pensamento e desconstruir práticas pedagógicas e estereotipias enraizadas no âmbito da escola, que reforçam ações discriminatórias e preconceituosas, constituem-se  os propósitos centrais dos estudos aqui apresentados.

Educação e Diversidades na Amazônia

Este almanaque será um convite para descobrirmos e tomarmos consciência da importância da educação e da diversidade na Amazônia, principalmente saberes sobre dança, arte marajoara, culinária, diversidade étnico-racial, religiosidade, esporte, música, moda, política, saúde, respeito às diferenças, gênero, raça, etnia. O propósito aqui empreendido não é, nem jamais poderia ser, oferecer soluções ou aplicabilidade a toda e qualquer situação educativa. Contudo, em todos os textos incluídos, encontra-se a preocupação com a escola, com o professor e com o aluno do Ensino Fundamental. Entrar nesse universo permitirá compreender, de forma panorâmica, a sociodiversidade amazônica.

A Lei n° 10.639/2003 – pesquisas e debates

Com a promulgação das Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008 urge a necessidade de ampliação das discussões que reflitam consubstancialmente a temática na perspectiva da diversidade e da formação. Consoante a este propósito, este 2º Livro da Coleção objetiva contribuir para o fortalecimento no campo da formação de professores e relações étnico-raciais no Brasil. Entre os autores, figuram Renato Noguera, Márcio André de Oliveira dos Santos, Fernanda Felisberto, Ricardo Riso, Rosana Heringer, Osmundo Pinho, Beatriz Giugliani, Maria Cláudia Cardoso Ferreira, Sandra Haydée Petit, Nilma Lino Gomes e Marlene de Araújo.

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