Educação e Ensino Médio: identidade juvenis e o currículo para as juventudes
Essa pesquisa deu origem a uma dissertação de mestrado que é dividida em três capítulos. O primeiro teve como objetivo conhecer a produção científica acerca do currículo do Ensino Médio, da juventude e da Modernidade Líquida em trabalhos científicos em nível stricto senso que tratassem da temática: juventudes do ensino médio e suas identidades, assumindo como base o recorte temporal de 5 anos, no período de 2014 a 2018, a partir da promulgação do Plano Nacional de Educação (PNE) de 15 de julho de 2014. A fonte de consulta que serviu como aporte para essa parte do trabalho foi a base de dados da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD). Dentro da temática escolhida, elegemos quatro descritores para direcionar nossas buscas: juventude; jovens e ensino médio; juventude e currículo, e identidade e juventude. O segundo capítulo da dissertação teve como objetivo compreender as vozes de Bauman e Maffesoli acerca das juventudes contemporâneas que têm experimentado interações, buscando assumir seus gostos, seus desejos, suas identidades, diferenciando-se, principalmente dentro de si mesma, estabelecendo-se, questionando-se, inclusive quanto a sua atuação em uma sociedade líquida e que viabiliza, ou não, a construção e defesa dessas suas relações. As análises dessa segunda parte se deram de forma bibliográfica em textos que discorrem sobre a temática em questão a luz dos teóricos pós-modernos Zygmunt Bauman e Michel Maffesoli. O terceiro capítulo objetiva em verificar subjetivamente em que contextos a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio trouxe alguns termos determinantes dessa pesquisa como: jovens, juventudes, identidades, identificações, afinidades, tribos, coletividade e grupo. O método utilizado nessa última parte da dissertação para verificar os dados em seus contextos foi a Análise do Conteúdo. A primeira pesquisa mostrou que a maioria das juventudes sujeitadas aos estudos identificados na BDTD não concebe a escola como um espaço de formação e não se identifica com os demais jovens ou com o ambiente que está inserida. A segunda pesquisa trouxe a compreensão de que as socialidades das juventudes pós-modernas ainda são desafios a serem superados pelos modernos; que existem diálogos entre as teorias de Bauman e Maffesoli e que as identificações são características de cada um dos atores sociais, mesmo nas sociedades consumistas contemporâneas. A derradeira pesquisa verificou que não há na BNCC menções das identidades independentes e autônomas; no final do Ensino Médio, as identidades devem estar padronizadas aos interesses coletivos; que não existem muitas garantias legais para as subjetividades das juventudes e que o protagonismo juvenil não é um interesse da educação brasileira de acordo com a BNCC.