Núcleo Gera

Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Professores e Relações Étnico-Raciais

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Base Nacional Comum Curricular e o “Novo” Ensino Médio: análise a partir dos pressupostos teóricos da pedagogia histórico-crítica

Publicado em 7 de março de 2022

Este trabalho preocupa-se em discutir o “Novo” Ensino Médio (BRASIL, 2017) e a formulação da Base Nacional Comum Curricular – BNCC (Brasil, 2018). Trata-se, portanto, de refletir sobre os fundamentos utilizados para a articulação dessas propostas, bem como os principais objetivos e as possíveis consequências à juventude, especialmente aos que frequentam a escola pública, ou seja, aos filhos e filhas da classe trabalhadora. Tomamos como fundamentação a perspectiva dialética e materialista da Pedagogia Histórico-Crítica delineando as concepções de homem, educação, trabalho educativo, saber objetivo, currículo e politecnia como bases teóricas para as análises ao longo da pesquisa. Investigamos algumas mudanças ocorridas ao longo da história no Ensino Médio e a relação com a formação do trabalhador, como premissa para entender e relacionar as mudanças proferidas na atualidade, especialmente com relação à retomada da pedagogia das competências, já utilizada ao final dos anos de 1990. Para compreender essa articulação foram analisados os documentos oficiais divulgados pelo governo federal, bem como, a produção científica referente ao tema da reforma e BNCC apresentada em livros, artigos e bancos de teses das universidades. Essas análises levaram a hipótese, comprovada ao final da pesquisa, de que a formação proferida à juventude a partir da atual reforma se mostra mais como adestramento de habilidades e esvaziamento de conteúdos, distante, portanto, de objetivar a formação integral dos indivíduos. Em contrapartida, partindo das bases teóricas apresentadas para a fundamentação das análises, discutimos a definição da Pedagogia Histórico-Crítica sobre a formação em nível médio, refletindo sobre a necessidade de uma organização curricular que caminhe em rumos completamente opostos ao adestramento de habilidades e do esvaziamento de conteúdos e adequada, portanto, à formação da juventude enquanto formação contra hegemônica, oportunizando educação com acesso a todos os conteúdos historicamente desenvolvidos pela humanidade com objetivos de formar os indivíduos com condições de, para além de compreender a organização social, transformá-la.