Um estudo sobre as implicações da avaliação em larga escala na educação básica em Belém-PA
Este estudo, que se ocupa da temática da avaliação em larga escala, visa analisar como as avaliações em larga escala repercutem na Educação Básica em Belém- Pará. Para tal intento, definiu como objetivos específicos: (i) identificar o contexto da Avaliação em Larga na Educação Básica no Brasil; (ii) sopesar a Avaliação em Larga Escala no contexto da Educação Básica no Estado do Pará; (iii) mapear os dispositivos legais no processo de legitimação da Avaliação em Larga Escala e suas implicações na Educação Básica Paraense. Para o escopo deste estudo, o aporte teórico se pautou no conceito de habitus/campo e poder simbólico/violência simbólica de Pierre Bourdieu (2002; 2005). A literatura especializada contou com estudos na área da Políticas Educacionais, de Carlos Jamil Cury (2002, 2014); Luiz Freitas (2005; 2014); Luiz Fernando Dourado e João Ferreira Oliveira (2009). No que tange aos debates sobre a avaliação em larga escala, recorreremos a Bernadete Gatti (2002, 2009,2014) Alícia Bonamino e Sandra Sousa (2012); Flávia Werle (2012); Almerindo Afonso (2001, 2009, 2012, 2014); Adriana Bauer e Ocimar Alavarse (2015); José Carlos Rothen (2019). Conformando os estudos sobre a avaliação na Educação Básica no Pará, acionamos Shirlei Araújo e Myriam Cunha (2017); Luiz Miguel Queiroz; Cassio Vale; Terezinha Santos (2018). Como proposta metodológica, este estudo ancora-se por meio de algumas técnicas do método de Análise de Conteúdo, de Laurence Bardin (2016), e a partir do método em pesquisa bibliográfica e documental, de acordo com Antonio Carlos Gil (2016). Como conclusões o estudo indica o desenvolvimento, sobre a comunidade docente da rede municipal de Belém, do habitus relativo à “cultura de avaliação”, a partir das constantes formações continuadas de professores sob a perspectiva do Programa Alfabetização, Matemática, Leitura e Escrita – ALFAMAT, direcionando as práticas pedagógicas dos professores para o trabalho com centralidade sobre o desempenho a partir dos resultados nas avaliações, preparo dos alunos para realização das provas e interpretação dos descritores propostos pelas orientações das avaliações. Outrossim, nota-se o estabelecimento da valorização na Escola Básica sobre a redução do currículo para a Língua Portuguesa e Matemática, desconsiderando outras áreas de conhecimento, pautados pelas pedagogias de proficiência e ainda, constata-se não somente só o crescimento na utilização de instrumentos de avaliação da Educação Básica em Belém, por meio de provas padronizadas, como por exemplo, a Prova Belém e SisPAE, mas também de criação de instâncias avaliativas, como o Conselho de Ciclos servindo para coadunar as políticas nacionais de avaliação com as práticas avaliativas desenvolvidas em Belém, trabalhando com análise dos resultados das avaliações junto a gestores e professores/as da rede municipal.